A Tribuna Popular da Câmara Municipal de Mossoró desta quarta-feira (17) trouxe à 50ª Sessão Ordinária um tema importantíssimo para a sociedade mossoroense. O advogado Max Delys, representante da OAB em Mossoró, comentou sobre o mau uso de estacionamentos públicos, que na cidade são, muitas vezes, ocupados por comerciantes para atividade privada.
O advogado iniciou seu pronunciamento comentando sobre um trailer que fica ao lado da Câmara Municipal de Mossoró, e questionou se ele está regulamentado para usar o estacionamento público. Ele citou outros exemplos, como os comerciantes ambulantes, e declarou ser a favor de uma audiência pública para debater com os órgãos responsáveis.
“Todo trabalho é digno e as pessoas precisam trabalhar, mas é obrigação do Poder Público realocar essas pessoas em locais regulamentados para exercerem suas atividades comerciais”, afirmou durante seu pronunciamento.
Repercussão
Na participação dos vereadores após o pronunciamento de Max Delys, o vereador Lamarque Oliveira (PSC) parabenizou o advogado e citou ter feito uma reclamação, junto à secretaria responsável, para que seja feita uma fiscalização desses espaços na cidade de Mossoró. Além disso, o parlamentar declarou que participará da audiência pública para contribuir com a busca de uma solução para o problema. “O que acontece no centro de Mossoró é uma indústria de multa”, afirmou.
O vereador Raério Araújo (PSD) disse que esse é um problema presente há muito tempo na cidade, e citou que em 2016 o Executivo tentou realocar os ambulantes do centro de Mossoró, mas, sem a aprovação social, a ação foi interrompida. Ele também falou sobre a reforma no centro comercial Vuco-vuco, que gerará mais vagas para que os empreendedores possam sair cada vez mais das ruas do centro de Mossoró, e aproveitar um lugar adequado para suas instalações.
Em outro momento, ainda comentando sobre o que foi dito na Tribuna Popular, Raério disse que esteve conversando com o prefeito Allyson Bezerra sobre o assunto debatido, e que o Executivo pensa em construir um espaço para colocar os trailers que estão nos estacionamentos privados de Mossoró.
“Somos uma cidade grande, com uma cabeça de cidade pequena”, afirmou, falando que a cidade de Mossoró ainda não percebe seu crescimento, e mantém costumes de cidades pequenas.
Já o vereador Omar Nogueira (Patriota) citou que o caso dos ambulantes é um assunto muito importante, mas que não tirar essas pessoas de seus espaços não é suficiente. O edil exemplificou com a situação dos comerciantes da Praça de Convivência, que foi reformada e entregue, mas não concluída para que eles possam trabalhar com segurança.
“Hoje a gestão se preocupa com a indústria da multa. As pessoas reclamam pela falta de estacionamento, mas o Poder Público se preocupa apenas em multar os cidadãos”, concluiu.
Seguindo a sequência de pronunciamentos, o vereador Costinha (MDB), citou que a atual gestão está ampliando o espaço do Vuco-vuco, e mostrou sua preocupação com os impactos que a realocação dessas pessoas em lugares sem estruturas pode causar.
“Esse tema precisa ser provocado com audiências públicas, e é possível ser resolvido de forma que amenize o impacto nessas pessoas”, pontuou.
O vereador Pablo Aires (PSB), por sua vez, aproveitou o momento e fez um convite às universidades e aos estudantes, para juntos buscarem alternativas para essa situação que sejam boas para todos os lados envolvidos. “Precisamos de uma solução que dê segurança à população e aos comerciantes”, afirmou.
O vereador Naldo Feitosa (PSC) foi o último a falar sobre o assunto, e afirmou que é um tema importante, mas muito difícil de debater. O edil citou que não existe mais estacionamento em Mossoró, pois as vagas foram tomadas por trailers e barracas dos ambulantes. Ele também comentou sobre a ideia de espaço para food truck, citada pelo vereador Raério Araújo (PSD), dizendo que essa proposta exige uma estrutura grande e organizada, para não tirar as pessoas da rua e colocá-las em qualquer lugar. “Como o dr. Max falou, não se pode fazer esse tipo de prática, pois é um espaço do povo”, finalizou.
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