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Em sete meses, RN arrecada R$ 4,7 bilhões de ICMS

Foto: iStock

O Rio Grande do Norte registrou um aumento de 3% na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Ao todo, de janeiro a julho deste ano, o Estado arrecadou R$ 4, 7 bilhões com o tributo. No mesmo período do ano passado, o valor foi de R$ 4,5 bilhões. Os dados são da última edição do boletim realizado pela Secretaria de Fazenda (SEFAZ-RN).

O ICMS é o imposto recolhido quando se compra mercadorias, como roupas, eletrônicos ou até mesmo ao usar serviços de transporte e comunicação. Esse é o principal tributo que compõe as receitas próprias de qualquer estado, representando mais 85%, em média, do total recolhido.

No mesmo ritmo de crescimento acumulado do ICMS, o IPVA registrou uma arrecadação de R$ 63,2, milhões em julho deste ano, o que representa uma variação positiva de 1,3% em relação aos R$ 62,4 milhões arrecadados em julho de 2023. O recolhimento do ITCD, por sua vez, foi responsável por uma receita de R$ 2,4 milhões em julho. O tributo incide sobre transmissões de bens por causa mortis e doações e, no comparado a julho do ano passado, cresceu 25%.

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Já o volume de repasses do estado para os municípios apresentou um aumento 10,9% em julho de 2024, totalizando R$ 237,7 milhões, comparado ao mesmo período do ano anterior. Na composição dos repasses, o ICMS respondeu por 78,9% do total de transferências. De janeiro até julho, o total repassado já soma R$ 1,4 bilhão, representando um aumento de quase 5%, se comparado ao mesmo período do ano passado.

Apesar do crescimento no acumulado dos últimos sete meses, o volume das receitas próprias diminuiu 8,1%. Em números absolutos, o Rio Grande do Norte arrecadou R$ 761,4 milhões em julho deste ano, enquanto no mesmo período de 2023 o valor foi de R$ 828,8 milhões. Na avaliação da Sefaz, a causa desse recuo está diretamente ligada ao desempenho negativo no recolhimento do ICMS.

Segundo o boletim da Sefaz, a arrecadação do ICMS em julho foi de R$ 695,7 milhões, o que corresponde a uma queda nominal de 9% no comparativo com igual período do ano passado. A análise dos dado revela que essa é não apenas a maior baixa nominal em 2024, mas também a segunda maior queda no recolhimento de ICMS registrada desde o primeiro ano da pandemia, sendo inferior apenas a de novembro de 2022, quando a arrecadação do imposto caiu mais de 12 pontos percentuais.

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Em valores reais, o encolhimento do ICMS é ainda maior, chegando a uma diminuição de 13,5%, considerando os efeitos inflacionários. De acordo com dados do IBGE, até julho de 2024, a inflação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é de 4,50%. Isso também significa que a arrecadação total do Rio Grande do Norte teve, na verdade, uma redução de 12,4% no mês de início do segundo semestre deste ano.

“Esse resultado negativo é emblemático para as finanças do Rio Grande do Norte, ficando entre as maiores baixas que tivemos no recolhimento de ICMS desde a pandemia. Nitidamente, esse desempenho, como já tínhamos previsto, é reflexo da redução da alíquota modal para 18%”, avalia o secretário de Fazenda do Estado, Carlos Eduardo Xavier.

O titular da SEFAZ-RN explica que, apesar de a queda na arrecadação tributo ter sido maior em novembro de 2022 (- 12,16%), a diminuição verificada em julho é preocupante, já que não sofre os impactos da desoneração advinda da Lei Complementar 194, responsável por provocar perdas severas na arrecadação dos estados em 2022.

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Na avaliação de Cadu Xavier, uma variação negativa, que chega a ser o dobro da inflação acumulada, tem consequências danosas para o Tesouro Estadual, um demonstrativo claro de que a alteração da alíquota básica do ICMS foi prejudicial para o RN.

Tribuna do Norte