Deputados do PT discutiram proposta para acabar com clubes de tiro

Na imagem, a parlamentar de primeiro mandato aparece erguendo uma arma. Ela vestia uma camiseta na qual havia uma estampa de uma mão com quatro dedos atingida com tiros.

Uma publicação da deputada Júlia Zanatta (PL-SC) em suas redes sociais gerou uma longa discussão dentro da bancada do PT sobre as possíveis reações ao que foi visto como uma ameaça direta ao presidente Lula.

Na imagem, a parlamentar de primeiro mandato aparece erguendo uma arma. Ela vestia uma camiseta na qual havia uma estampa de uma mão com quatro dedos atingida com tiros.

A postagem dizia que, com Lula no poder, “deixamos um sonho de liberdade para passar para uma defesa única e exclusiva dos empregos, do pessoal que investiu no setor de armas”. “Nesse desgoverno do PT, temos que lutar pra garantir o que já está na lei. E impedir retrocessos”, acrescenta o texto.

A bancada do PT já acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) sob o argumento de que a conduta da deputada extrapola os limites aos direitos de liberdade de expressão e manifestação e que o discurso dela, além de incitar, incentiva e legitima ações violentas. A legenda também entrou com uma representação no Conselho de Ética da Câmara. Após a repercussão, a deputada negou a intenção de fazer referência a Lula com a publicação.

Outras medidas, no entanto, foram avaliadas. Entre elas, tentar usar o episódio para fazer avançar um projeto, apresentado em 2021, que proíbe o uso de armas de fogo por colecionadores, atiradores e caçadores (CACs). O texto, em outra frente, também determina o fechamento dos clubes de tiro. Autor da medida, foi o deputado Nilto Tatto (PT-SP) quem encampou a ideia nas conversas internas.

“Essas categorias de possuidores de armas de fogo e de entidades, além de servirem de elementos para expansão do comércio e emprego de armas de fogo, têm sido desvirtuadas em sua finalidade e servido para o uso irregular e até criminoso de armas de fogo, fora da autorização que lhes foi dada, e para abrigar delinquentes sob o manto legal proporcionado pelos diplomas legais e infralegais vigentes”, escreve Tatto na justificativa do projeto.

A proposta, porém, não encontrou unanimidade nem mesmo dentro da própria bancada do PT. Em meio às discussões, foi destacado até que entre os apoiadores e correligionários do partido há entusiastas da caça e dos clubes de tiro, e que não faria sentido cair na “casca de banana” armada por apoiadores de Bolsonaro. Em meio a projetos mais relevantes para o governo, a bancada, por ora, deve fugir dessa discussão.

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