Com um artigo sobre “O papel da vitamina D no tratamento da síndrome do túnel do carpo: respostas clínicas e eletroneuromiográficas”, professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) conquistaram uma publicação de destaque na revista internacional Nutrients. O periódico, publicado on-line semestralmente, é um dos mais conceituados do mundo na área de nutrição humana.
O artigo é de autoria do Prof. Me. Vicente Andrade, em colaboração com professores do Laboratório de Neurologia Experimental, do Departamento de Ciências Biomédicas (Uern) e do Laboratório de Neurobiologia Comportamental e Evolutiva, da Universidade Federal de Sergipe (UFSE).
De acordo com Vicente Andrade, a pesquisa estuda a influência da vitamina D (Hipovitaminose D) no tratamento da neuropatia periférica do punho (síndrome do túnel do carpo- STC). “Encontramos resultados significativos nas respostas clínicas e eletro-neuro-miográficas. Já existem muitos estudos sobre a influência da vitamina D as neuropatias centrais (do sistema nervoso central), mas pouco se estudou nas lesões periféricas”, explica o pesquisador.
Ele informa que o trabalho teve um desenho metodológico muito interessante. “Foi realizado um ensaio clínico, randomizado (os grupos utilizados no experimento têm seus integrantes escolhidos de forma aleatória), prospectivo, duplo cego com um grupo controle usando placebo, no qual selecionamos pacientes com STC com hipovitaminose D. Um grupo fez o tratamento convencional e o outro grupo fez o mesmo tratamento com a suplementação da vitamina D na dose de 2000ui ao dia (como recomendado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia) e os resultados foram muito interessantes e estatisticamente significativos”, declara.
A partir deste estudo, pode-se concluir que os pacientes que receberam vitamina D apresentaram melhora no grau de intensidade da dor, redução da gravidade dos sintomas e melhora de alguns parâmetros eletroneuromiográficos, quando comparados aos que não receberam.
“Já existem estudos que apontam a hipovitaminose d como fator de risco individual para STC. Esse resultado abre muitas portas para pesquisas posteriores sobre doses de vitamina D e tempo de acompanhamento. Ainda temos um longo caminho pela frente”, afirma o professor Vicente Andade.
Para ele, uma publicação numa revista do porte da Nutrients é “colocar nosso departamento, nossa Universidade, no mapa do mundo científico”. Vicente Andrade ressalta que essa é uma conquista muito importante. “Essa revista sempre foi uma das minhas principais fontes de pesquisas, muito voltada para área de alimentação/suplementação e saúde. Como médico, que trabalha na área de ortopedia/ nutrologia / medicina esportiva quase que diariamente estou revisando e atualizando sobre essa temática na revista Nutrients. Então, é uma honra ter um artigo nosso publicado nela”, comemora.
Vicente Andrade é egresso do Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas (PPGMCF), no curso de Mestrado, e está fazendo doutorado pelo Programa. “É muito bom vermos essa evolução dos nossos pesquisadores que se formam na Uern. Vicente Andrade é um professor que entrou na Uern como especialista, fez mestrado e vai se tornar doutor na Uern, contribuindo com a produção da ciência dentro da própria Universidade”, observa o Prof. Dr. Rodolfo Cavalcanti, do Laboratório de Neurologia Experimental.
Rodolfo Cavalcanti avalia que, nos últimos anos, o PPGMCF tem esboçado um crescimento exponencial no que se refere a sua produção qualificada, com publicações em periódicos internacionais, classificados no sistema Qualis/Capes nos extratos A1 e A2.
“Todo esse crescimento possui uma base de contribuição multifatorial. É válido aqui mencionar a ampliação das nossas ações colaborativas, com pesquisadores diversos dentro da própria Universidade e com outras instituições brasileiras e internacionais. Isso tem garantido um amadurecimento das nossas bases de pesquisa, a melhoria da qualidade da produção e da análise dos nossos dados e por conseguinte tem melhorado a projeção dos nossos pesquisadores”, avalia.
Fonte: Secom/UERN
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