Em meio à movimentação e agitação de eventos abertos ao público, como os bloquinhos de rua no Carnaval, os banheiros químicos emergem como uma solução prática para suprir as necessidades sanitárias dos participantes.
Paulo Gerson de Lima é biólogo, educador ambiental e professor da Universidade Potiguar (UnP), integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o ecossistema Ânima. Ele compartilha orientações valiosas sobre o funcionamento e os cuidados necessários dessas estruturas temporárias.
Segundo Gerson, esses banheiros, geralmente feitos de plástico, são equipados com tanques de armazenamento para resíduos. Para minimizar odores e conter a propagação de doenças, esses resíduos são tratados com produtos químicos.
Quanto à higienização, o processo é crucial, especialmente em eventos de longa duração ou com grande fluxo de pessoas. A frequência da limpeza é determinada em acordo entre o promotor do evento e a empresa locadora, priorizando momentos em que não há presença massiva do público.
A limpeza, realizada no próprio local, inclui a retirada completa do conteúdo dos tanques, seguida por uma limpeza minuciosa com equipamentos de alta pressão. Em alguns casos, produtos químicos são empregados para assegurar a eliminação de riscos de contaminação.
“O desafio do mau cheiro é enfrentado com estratégias de ventilação. Tubos na parte superior dos banheiros criam um vácuo quando o vento sopra sobre eles, evitando a acumulação de odores. Contudo, a cooperação dos usuários, como manter a tampa fechada, é fundamental para garantir a eficácia desse processo”, explica Gerson.
Sentar ou não no vaso sanitário?
Quanto à segurança, especialmente para as mulheres que evitam sentar nos vasos, o Professor Gerson alerta que o risco não está restrito ao assento. “Itens como a tampa do vaso, maçaneta da porta, torneiras e até mesmo sabonetes em barra podem estar contaminados”, frisa o docente.
“O uso de dispositivos móveis no banheiro também representa riscos de contaminação, demandando práticas higiênicas rigorosas, como a lavagem cuidadosa das mãos antes e logo após o uso do banheiro químico, com a aplicação de álcool em gel. O ideal é que as pessoas carreguem consigo pequenos frascos de álcool em gel durante as festividades, assim como usamos durante a pandemia”, complementa.
O especialista em educação ambiental também adverte para os riscos de infecções associados aos banheiros públicos, especialmente os químicos, destacando a transferência de vírus e bactérias por contaminação fecal das mãos.
“Doenças gastrointestinais e hepatite A são as mais frequentes, manifestando-se por sintomas como diarreia, náusea, vômito e dor abdominal. Mas de modo geral, a manutenção e a colaboração dos usuários são essenciais para garantir a eficácia e a segurança dos banheiros químicos em eventos, proporcionando uma experiência mais higiênica e saudável para todos os participantes”, opina o professor da UnP, Paulo Gerson.
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