Pressionado por novas invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), seu aliado histórico e ativo na última campanha eleitoral, o governo Lula cedeu ao grupo e trocou, nesta terça-feira, mais postos regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Em público, porém, ministros elevaram o tom contra o movimento e criticaram as ações, na tentativa de conter danos no Congresso. Responsável pela área, Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) condicionou a continuidade do programa de reforma agrária à desocupação das propriedades.
Em paralelo, das 29 superintendências do Incra, sete foram trocadas por nomes indicados por movimentos populares do campo de cada estado. As mudanças foram publicadas no Diário Oficial da União. O governo já havia atendido em parte a reivindicação de substituir superintendentes nomeados durante o governo de Jair Bolsonaro.
Nos últimos dias, o MST invadiu fazendas em Pernambuco, uma área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no estado e outra da empresa Suzano no Espírito Santo, além de ocupar sedes do Incra em 12 estados. Para dar uma resposta, o ministro Paulo Teixeira se posicionou pela desocupação das terras.
“A minha opinião é que essa jornada de luta já acabou. Estamos pedindo as retiradas, para prosseguir o programa de reforma agrária. O nosso condicionante é esse. O governo já tem compromisso com a reforma agrária. Tem programas a apresentar. E sse tipo de ação nessa direção não muda nada”, afirmou ao GLOBO.
De acordo com aliados de Lula, o presidente vem afirmando que é contra invasões de terras produtivas. Segundo relatos, o petista chegou a afirmar que, se o governo é contra invasões ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), em referência aos atos de 8 de janeiro, será contra a ocupação de áreas privadas e produtivas. O petista, contudo, não pretende se manifestar publicamente.
O Globo
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