Independente de religião, a importância histórica do trabalho com as mãos fez com que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabelecesse este dia como o Dia do Artesão, mesmo antes da atividade ser reconhecida como profissão formal no Brasil. A data escolhida foi o dia 19 de março, em que comemora-se o Dia do Artesão em homenagem à São José, o santo cristão que era carpinteiro e pai adotivo de Jesus, que herdou o seu ofício.
A história das políticas públicas no Brasil voltadas ao artesanato começa, efetivamente, com a antropóloga Ruth Cardoso ao criar o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) na década de 1990, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Desde então, iniciativas para o desenvolvimento e sustentabilidade da atividade artesanal foram estabelecidas no país e reverberam até hoje.
No entanto, foi somente em 2015 que o projeto de Lei nº 13.180, regulamentou a profissão de quase 10 milhões de brasileiros que criam e produzem com suas mãos, levando sustento às suas famílias. A lei assinada em 22 de outubro de 2015 apresenta o artesão como
“o indivíduo que exerce uma atividade predominantemente manual, que pode contar com o uso de ferramentas e outros equipamentos, com produção feita de forma individual, coletiva, associada ou cooperativada”.
Segundo dados do IBGE, o setor do artesanato fatura mais de R$50 bilhões por ano, o equivalente a 3% do PIB do país. O artesão, além de propagar a cultura, move a economia local, sendo sua atividade de extrema importância para uma grande parcela da população impactada direta e indiretamente: desde fornecedores de matérias-primas passando por filhos e familiares até lojistas e distribuidores.
O ofício artesanal é assunto sério para quem coloca suas mãos à disposição da cultura, da ancestralidade e da criatividade. Para quem transforma o barro, a palha, o fio, a madeira e tantas outras matérias-primas deste Brasil abundante.
Acreditamos em celebrações. De aniversários a datas comemorativas do coletivo. Se prestarmos atenção, todo dia é dia de algo ou de alguém que podemos comemorar. Nestes tempos em que vivemos, celebrar nos lembra que estamos vivos e, nesse momento, podemos agradecer apaenas por isso.
Por defendermos e promovermos o artesanato local, regional e genuinamente potiguar, nordestino, tupiniquim; e por sermos cada um de nós filhos e filhas dos índios artesãos de outrora (potiguaras, pataxós, xucurus, tupis-guaranis, entre outros), sempre celebraremos esse dia: é como se de alguma maneira nós reverenciássemos nossos ancestrais, essa teia da qual no fim das contas todos fazemos parte. Se você é artesã ou artesão ou filho/a de algum, sinta nosso abraço, nosso sorriso e nossa cumplicidade e homenagem. Se você não é, celebre conhecendo e consumindo artesanato da sua cidade, do seu estado e região. Ser artesão é mais do que uma escolha profissional, é um compromisso de expressar algo que vem de dentro, de antes e do agora. O artesão carrega em si a nossa própria história. Por isso, que é tão importante relembrar, comemorar, pois celebrar é fundamental para que continuemos existindo.
Parabéns a todos os artesãos e artesãs da Região Oeste Potiguar, do Rio Grande do Norte, do Nordeste e do Brasil!
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Por Alexandre Dantas
– Representante da ProTurismoRN
– Orientador Turístico Local
– Agente de Informações Turísticas
– Consultor em Turismo e Eventos
– Redator na Coluna Viajar&Conhecer (Revista Acontece)
– Coordenador da Câmara Temática de Comunicação e Marketing da Instância de Governança Regional da Costa Branca (Polo Turístico Costa Branca)
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