Search

| Direita, esquerda, Centro e o eleitor: o que está em jogo no RN?

Por Neide Carlos

                  Opinião | Direita, esquerda e o eleitor: o que está em jogo no RN?

O eleitor do Rio Grande do Norte precisa abrir bem os olhos. Nos últimos anos, acompanhamos uma onda de candidatos que se elegeram empunhando bandeiras da direita, prometendo renovação política, defesa da liberdade econômica, combate à corrupção e apoio ao empreendedorismo. No entanto, a prática mostrou-se muito diferente da promessa. Ao longo dos mandatos, muitos desses eleitos acabaram votando em pautas alinhadas à esquerda, penalizando a economia, os empresários e, sobretudo, o povo potiguar.

Essa dissonância entre o discurso e a prática não é novidade, mas se tornou mais evidente e preocupante. A sensação é de que, uma vez eleitos, alguns representantes esquecem suas bases, seus compromissos e sua identidade política. Trocam de partido como quem troca de roupa, em busca de vantagens pessoais, cargos e emendas, enquanto a população segue enfrentando estradas esburacadas, hospitais sucateados e uma economia travada.

E não podemos ignorar o papel do Centrão, que virou sinônimo de barganha política. São deputados e partidos que se dizem de centro, mas se comportam como um bloco fisiológico, movido por interesses próprios. Eles não têm lado ideológico fixo — votam com quem estiver no poder, desde que recebam emendas, cargos e influência. Essa postura tem contribuído para a estagnação do país, travando reformas essenciais e transformando o Congresso em um balcão de negócios. Infelizmente, parte da bancada potiguar também embarca nessa lógica, ignorando os reais problemas do povo em troca de benefícios políticos imediatos.

LEIA TAMBÉM  Audiência pública reforça apoio a pessoas com espectro autista

No Rio Grande do Norte, a falta de coerência política se espalha como uma epidemia, atingindo deputados, prefeitos e líderes que deveriam estar comprometidos com o desenvolvimento do estado. O eleitor, cansado de promessas vazias, começa a perceber esse “jogo de interesses”, onde pouco se discute o que é melhor para a população e muito se negocia por conveniência e alianças de ocasião.

E não é apenas uma crítica à direita ou à esquerda. É uma crítica ao conjunto da obra. O atual governo estadual, por exemplo, tem deixado a desejar em diversos setores. A penalização do setor empresarial é uma realidade sentida todos os dias. Basta ir ao supermercado, à padaria ou tentar investir num pequeno negócio para ver o peso dos impostos, a falta de incentivos e a ausência de políticas que fomentem o crescimento.

Enquanto isso, o discurso nacional também se mostra ambíguo. Governos de esquerda, como o atual federal, fazem investimentos importantes em áreas sociais – algo que a direita tradicionalmente ignora. Mas esses avanços, muitas vezes, vêm acompanhados de aumento de tributos, inchaço da máquina pública e denúncias de corrupção. Já os representantes da direita, ao assumirem o poder, tendem a cortar recursos essenciais e manter uma relação distante com setores fundamentais como a mídia, esquecendo que informação de qualidade é pilar de uma democracia.

LEIA TAMBÉM  A Revista Acontece apresenta a 2ª edição do Fórum Acontece de Negócios!

A imprensa, aliás, é constantemente atacada por todos os lados. Acusada de militância, ela também é desprezada quando não se alinha aos interesses políticos. Mas a verdade é que a mídia precisa, sim, ser fortalecida e financiada. Não se trata de pagar para “falar bem”, e sim de reconhecer o papel informativo, crítico e vigilante da comunicação no processo democrático.

Portanto, a discussão aqui não é sobre direita, esquerda ou centro. É sobre responsabilidade política, coerência e compromisso com o povo. O eleitor potiguar está mais atento do que nunca. Ele observa o vai e vem partidário, analisa votos, acompanha discursos e, sobretudo, sente no bolso e na pele o impacto das decisões tomadas em Natal ou em Brasília.

E que fique claro: este ano, os covardes e omissos não serão reeleitos. A era da conivência silenciosa está com os dias contados. O povo está cansado de ser enganado. A conta está chegando, e quem não honra seu mandato será cobrado nas urnas.

A eleição se aproxima, e a pergunta que precisa ecoar é: o que eles fizeram com o poder que você deu? E mais: será que merecem uma nova chance?

LEIA TAMBÉM  Vencedor de Nobel da Paz é preso na Rússia por criticar guerra contra a Ucrânia

#politica#votarcertoem 2026