Elaine Menke/Câmara dos Deputados
O dinheiro repassado pelo ex-assessor de Carla Zambelli (PL-SP) ao hacker Walter Delgatti não teve relação com a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A conclusão é da Polícia Federal (PF), comandada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
As transferências, que totalizaram R$ 10,5 mil, foram feitas para pagar garrafas de uísque, segundo o relatório parcial da investigação. Elas foram feitas em fevereiro, via Pix, pelo assessor Renan Goulart, que hoje está trabalhando com o irmão da deputada federal, Bruno Zambelli (PL-SP), que é deputado estadual.
Desde agosto, o hacker Walter Delgatti está preso preventivamente. A prisão é parte da Operação 3FA, da Polícia Federal.
Não há indícios de que Zambelli soubesse de atuação de hacker
Carla Zambelli sempre negou tentar ter acesso ilícito a arquivos da Justiça. O hacker Walter Delgatti disse em depoimento à PF que o dinheiro era parte de um pagamento para invadir “qualquer sistema do Judiciário”.
“Os elementos colhidos sustentam que Walter Delgatti Neto forneceu garrafas de uísque a Renan Cesar Silva Goulart, e este, por sua vez, as revendeu, no todo ou em parte, a Luan Rocha Brito”, diz o relatório.
Enquanto a defesa do hacker diz que ele recebeu por volta de R$ 40 mil para tentar invadir os sistemas do Judiciário, o laudo da PF fala de somente R$ 10,5 mil. Ariovaldo Moreira, advogado de Delgatti, diz que os demais valores do montante foram entregues em espécie, na cidade de São Paulo.
Além disso, a Polícia Federal não encontrou indícios de que Zambelli soubesse dos ataques ao sistema do CNJ, ou mesmo sobre as transações entre seu então assessor e Delgatti.
As mensagens encontradas entre Zambelli e Delgatti tratam sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A parlamentar enviou dois áudios a Delgatti, com pedido do endereço de Moraes. Segundo ela, sua mãe queria enviar uma carta a ele.
Com informações da Revista Oeste