Foto: GESIVAL NOGUEIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A crise anunciada pelas redes de lojas Americanas e Marisa escancarou um drama já antigo do setor varejista no Brasil, que sofre com o patamar elevado das taxas de juros, a inadimplência dos consumidores e a dependência de se endividar para manter o crescimento sustentável.
Muito dependente do consumo das famílias, o varejo nacional é formado por empresas que patinam na tentativa de obter lucro diante de uma margem baixa de retorno em meio à ampla concorrência do setor, que atualmente ainda sofre com a expansão do comércio online.
“Empresas como Marisa e Americanas têm faturamentos altíssimos, mas que não são revertidos em lucro. […] Com prejuízos constantes, é necessário contrair dúvidas para cobrir o buraco. Se você ganha R$ 10 e gasta R$ 11, em algum momento vai precisar se endividar ou vender seus bens”, afirma o economista Sérgio Ferreira, que atua como consultor financeiro de empresas.
Ao mencionar que o alto endividamento das varejistas, Ferreira reforça que a taxa básica de juros no maior nível desde 2017 puxa o setor ainda mais para baixo. “Você até pode usar uma dívida para financiar crescimento, desde que retorno seja maior do que o custo do financiamento”, analisa ele.
Para Rodrigo Simões, economista e professor da FAC-SP (Faculdade do Comércio de São Paulo), outras dificuldades enfrentadas pelo setor envolvem o aumento da concorrência física e online e a situação econômica nacional.
“Quando a economia do Brasil não vai bem, o setor varejista sofre, principalmente os segmentos de eletrodomésticos e a linha banca. Isso acontece porque os consumidores entram em um dilema entre pagar o básico ou quitar os boletos dessas lojas”, afirma.
R7
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