O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) instaurou uma investigação para apurar suspeitas de irregularidades cometidas pela ministra do Turismo, Daniela Carneiro, durante a campanha eleitoral de 2022, quando Daniela disputava cargo de deputada federal pelo Estado. Eis a íntegra do ofício.
A investigação foi aberta a pedido do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Na petição, o congressista tomou como base as acusações contra a ministra referente aos supostos gastos com impressão de panfletos de campanha em gráficas fantasmas.
Daniela foi a deputada federal mais votada no Rio de Janeiro, com 213.706 votos. Em sua campanha, foram gastos R$ 1.562.457,50 com panfletos –os chamados “santinhos”–, bandeiras e adesivos. O montante representa cerca de metade do total gasto em toda a campanha (R$ 3.080.522,00).
O valor dos serviços de publicidade foram pagos para 5 gráficas, duas delas de um mesmo dono. A Rubra Editora Gráfica Ltda. recebeu R$ 561.535 e a Printing Mídia Ltda. recebeu R$ 530.746. De acordo com o portal de notícias Metrópoles, as gráficas não existem em seus endereços fiscais.
“A divergência cadastral das gráficas junto à Receita não é de responsabilidade da ministra. Por fim, é importante destacar que as contas da campanha de Daniela Carneiro foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral”, afirmou a assessoria em nota. A equipe da ministra também enviou fotos à reportagem do Poder360 para comprovar que as gráficas contratadas existem e estão funcionando.
Desde que assumiu o cargo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Daniela Carneiro e sua campanha eleitoral têm sido alvo de análise por parte de veículos de mídia. Ela foi acusada de receber apoio de milicianos do Rio de Janeiro durante a campanha depois que fotos suas com pessoas condenadas pela Justiça foram divulgadas. Leia mais sobre o caso nesta reportagem.
A escolha da Daniela para o ministério foi impulsionada pelo apoio de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, à campanha do presidente Lula ao Planalto. O partido do casal, o União Brasil, não apoiou oficialmente nenhum candidato nas últimas eleições presidenciais.
Poder 360