Ex-presidente e um dos fundadores do Novo, João Amoêdo teve sua filiação suspensa pela Comissão de Ética Partidária da legenda, de forma liminar. A decisão ocorre 12 dias depois de o candidato do partido ao Palácio do Planalto em 2018 declarar que votará em Lula no segundo turno e vale até o encerramento do processo disciplinar aberto contra ele por “possíveis violações estatutárias”.
A denúncia foi apresentada na quinta-feira da semana passada por oito lideranças do Novo. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que declarou apoio e mergulhou na campanha do presidente Jair Bolsonaro foi um dos signatários. Quatro dois oito deputados federais do partido também assinaram: Gilson Marques (SC), Marcel van Hattem (RS), Paulo Ganime (RJ) e Vinícius Poit (SP). Completaram a lista o vice-governador eleito de Minas, Mateus Simões, e o prefeito e a vice-prefeita de Joinville (SC), Adriano Silva e Rejane Gambin.
A comissão é um órgão nacional de apoio à gestão do partido e que, segundo o partido, “tem como principal função zelar pela ética e decoro, bem como pela aplicação do Estatuto e normas internas do Novo”. O órgão julga denúncias feitas pelos filiados da legenda. “O processo na CEP segue seu curso respeitando rigorosamente as determinações Estatutárias e o pleno direito de defesa”, informou o partido em nota, há pouco.
No dia em que o apoio de Amoêdo a Lula veio a público, o Novo afirmou que o posicionamento não representa e vai contra tudo o que a legenda sempre defendeu, sendo “absolutamente incoerente e lamentável”. O presidenciável da sigla neste ano, Luiz Felipe D’Ávila, que fez “dobradinha” com Bolsonaro nos debates, foi ainda mais duro. “Amoêdo: pega o boné e vai embora. Você não representa os valores liberais”, escreveu o cientista político e empresário.
Radar – VEJA
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