Pesquisa de potiguares sobre planejamento familiar entre sorodiscordantes é destaque em revista internacional

Estudo foi publicado no periódico Research, Society and Development, um dos mais importantes do mundo

Tema ainda repleto de tabus, a relação entre pessoas sorodiscordantes – termo usado para definir casais em que um indivíduo possui o vírus HIV e o outro não – foi tema de uma pesquisa realizada pelas potiguares Arthemis Olímpia e Lorenna Magalhães, ambas estudantes de Biomedicina.

Dada a sua importância, o estudo foi aceito e publicado na revista Research, Society and Development (Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, em tradução livre), um periódico internacional com classificação Qualis A3 do Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), órgão científico brasileiro de fomento à pesquisa.

A produção do artigo, que recebeu o título “Alcance de gametas seguros através de técnicas de processamento seminal para casais sorodiscordantes para HIV: revisão de literatura”, é fruto do estudo que as alunas desenvolveram na iniciação científica do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Potiguar (PPGB/UnP) e foi orientado pela professora doutora Deborah Padilha.

O trabalho reuniu pontos importantes para informar a população sobre o que é o vírus HIV e técnicas biomédicas que atualmente estão disponíveis para que um casal sorodiscordante possa gerar uma criança com o mínimo de chance possível de contrair o vírus. “O artigo explica que o HIV pode ser transmitido no ato sexual e uma gravidez de uma criança soropositiva pode ocorrer, neste sentido, mostramos como a reprodução assistida, através de técnicas de processamento seminal, é uma aliada nesses casos”, explica Padilha.

Com a reprodução humana assistida, após uma análise seminal e a realização de um espermograma, são analisados os espermatozoides e suas características, selecionando apenas os mais aptos e saudáveis para a concepção. “Ao final do processo, cabe ao casal utilizar a técnica da Fertilização in Vitro (Fiv), que ocorre por meio da Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI), como etapa final para dar início à etapa de concepção”, explica Arthemis.

A motivação das estudantes em seguir por esta linha de pesquisa veio do desejo de auxiliar famílias sorodiscordantes. “Sempre pensamos em ir além, por isso buscamos um assunto que impacta vidas, seja de pessoas interessadas em utilizar a técnica, ou até mesmo pessoas que tenham curiosidade sobre o tema”, destaca Lorenna.

Ao se depararem com a escassez de literatura produzida sobre o tema, aflorou nas estudantes a vontade de produzir mais material na área. “Fazer com que as pessoas saibam que, o fato de serem soropositivas não as impedem de terem filhos por meio da reprodução assistida, é um grande motivador para nós”, complementa a dupla de Arthemis.

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