Potiguar recebe patente de aplicativo que descobre se recém-nascidos precisam de tratamento para icterícia

Com certificação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, ferramenta deve evitar risco de morte materna e auxiliar o dia a dia de profissionais da saúde

Com o objetivo de ajudar médicos e enfermeiros na identificação de bebês prematuros e que têm maior necessidade de fototerapia, a estudante da Universidade Potiguar (UnP), Jullyana Oliveira, foi a responsável pelo desenvolvimento do protótipo do software ‘RN Photoindicator – v1.0’. O aplicativo aponta se estão altos os níveis de bilirrubina e detecta icterícia, popularmente conhecida como “amarelão”.

Em etapa avançada de seu desenvolvimento, o sistema recebeu certificado BR512023000541-0 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Essa autorização facilita a chegada do programa ao seu público-alvo e à população de modo geral.

Aluna do Mestrado vinculado ao Programa de Pós-graduação em Biotecnologia (PPGB-UnP), Jullyana foi orientada pelos professores doutores Ricardo Ney Cobucci e Jan Erik Pinto, docentes do programa.

Usando um protocolo validado para indicação de fototerapia (tratamento por exposições de radiação ultravioleta para redução de níveis de bilirrubina em recém-nascidos) publicado pelo Sistema Nacional Público de Saúde Britânico (NICE), a equipe desenvolveu a ferramenta para os profissionais responderem de forma simples e prática se os neonatos têm ou não as condições apontadas como fatores de risco para complicações da icterícia.

A partir das informações colocadas pelos profissionais no app, o sistema gera imediatamente a necessidade da fototerapia, com base no valor encontrado de bilirrubina total no organismo do bebê, e alerta se existem fatores de risco para complicações de “amarelão” no recém-nascido.

A queixa é uma condição médica caracterizada pela coloração amarelada da pele e dos olhos, devido ao acúmulo de bilirrubina. Isso pode indicar um problema no fígado, na vesícula biliar ou no sangue, e pode estar associado a sintomas como coceira, fadiga, náuseas e fezes claras. Em casos mais graves, a icterícia pode causar dano cerebral irreversível e morte.

“Com as informações coletadas, o RN Photoindicator mostra, em poucos segundos, se o recém-nascido apresenta indicação de tratamento com fototerapia para icterícia, condição que os expõe a complicações sérias e risco de morte. Essa ferramenta demonstra um grande avanço para a ciência”, afirma Jullyana.

Para auxiliar no diagnóstico, o app estará disponível gratuitamente em breve e poderá ser usado em computadores e dispositivos móveis com sistema Android. Para ter acesso, os usuários precisarão realizar um cadastro informando dados pessoais.

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