Em entrevista exclusiva à Jovem Pan News, o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro, afirmou que sua eventual gestão à frente do Senado terá, como principal objetivo, restabelecer o que chama de “normalidade democrática”.
Adversário de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na disputa pelo comando da Casa, Marinho recebeu neste sábado, 28, o apoio formal do Progressistas (PP) e do Republicanos à sua candidatura. No total, o bloco formado pelas três siglas, que também apoiaram Jair Bolsonaro (PL) na corrida presidencial, soma 23 senadores. A eleição para a presidência da Casa Alta ocorrerá na tarde da quarta-feira, 1º.
“O que queremos, desejamos e representamos [com nossa candidatura] é o restabelecimento da necessária normalidade democrática no país. Isso só será possível quando, de fato, a independência e a harmonia entre os Poderes for alcançada. Temos uma hipertrofia do Judiciário em relação ao Legislativo, temos parlamentares que têm dificuldade em exercer mandato, alguns deles amordaçados pela censura prévia, o que é absolutamente reprovável, porque é expressamente proibido pela nossa Constituição e não foi fruto de preciosismo do deputado constituinte, mas da luta hercúlea da sociedade brasileira ao longo de dezenas de anos, que restabeleceu o direito à opinião e a inviolabilidade dos mandatos dos parlamentares”, disse.
Questionado sobre qual seria o seu primeiro ato enquanto presidente do Senado, Marinho afirmou que pretende firmar um diálogo institucional. “Não acredito na fulanização desse debate. Temos a necessidade de termos conversa altiva e independente com os demais Poderes, para redefinirmos, à luz da Constituição, o papel de cada uma das instituições. Esse é o primeiro e mais importante passo que precisa ser dado. A partir daí, permitir que a proporcionalidade, ou seja, a presença dos senadores naquela Casa, leve em consideração a sua representação junto a sociedade. Não faremos administração apenas para aqueles que votaram conosco. Faremos administração plural, escutando o colégio de líderes e, sobretudo, a sociedade brasileira, para definirmos quais são os projetos mais importantes e mais relevantes, que interessam a sociedade, e que foram engavetados, como por exemplo a maioridade penal, questões tributárias importantes que aguardam posicionamento do Senado, situações importantes ligadas à área ambiental. Para mim, não há tema tabu”, resumiu.
Marinho também afirma que, se for eleito, irá trabalhar para reconectar o Congresso Nacional à sociedade brasileira – o presidente do Senado também preside as sessões do Congresso Nacional. “Temos enorme responsabilidade no exercício na presidência do Congresso para, de fato, termos uma casa de pares, uma Casa altiva, uma Casa com legitimidade, fortalecida e que volte a ter sintonia com povo brasileiro, o que foi perdido nos últimos anos. Essa sintonia perdeu-se, de fato, porque apenas cinco senadores, dos 27 que disputaram a eleição, conseguiram renovar o seu mandato. Isso mostra cabalmente que a sociedade desconectou-se com o Senado e temos a necessidade de fazer novamente essa conexão”, diz.
Jovem Pan